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Rainha dos pisantes

JULIANA SCHIEZARO

Na esteira do que canta Emicida – "tudo, tudo, tudo, tudo que nós tem é nós" –, Juliana Schiezaro encontrou na customização de tênis velhos e garimpados em brechós uma forma de se expressar artisticamente, fortalecer a economia de sua quebrada, na zona norte de São Paulo, promover o consumo consciente e incentivar o empreendedorismo de periferia.

Prazer, Rainha dos Pisantes! 

 

Juliana é uma artista. Com a autenticidade das cores e traços escolhidos para cada pisante, ressignifica o desejo pelo "kit" de grandes marcas tão desejado entre jovens de periferia. Cada peça é única, carregada de entrega. Suas criações ganharam o mundão quando decidiu criar sua marca, a @From Ghetto to Ghetto – da favela para a favela.

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Gerando falcões é uma organização social que atua dentro de estratégia de rede, em periferias e favelas.

 

Os projetos estão focados em esporte e cultura para crianças e adolescentes, e qualificação profissional para jovens e adultos, sendo um motor de geração de renda para famílias, inclusive egressos do sistema penitenciário.

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JULIANA SCHIEZARO

 

“Direto penso: dinheiro é a desgraça do povo. Mas cê já viu o sorriso no rosto de quem ganhou um boot novo?”. O trecho da música “A Cada Vento”, do Emicida, mostra a importância que os tênis têm na vida dos jovens brasileiros. Mais do que um calçado, eles podem contribuir com a autoestima. No entanto, em um país desigual como o Brasil, um tênis da moda pode custar mais da metade da renda familiar. 

 

Quando tinha 11 anos, Juliana Schiezaro era uma das milhares de crianças que não tinham dinheiro para comprar roupas de marca. A saída veio através do seu lado artístico: customizou as peças que vinham no kit escolar, se baseando naquelas que gostaria de ter. 

 

Incompreendida em um primeiro momento, parte dos seus colegas riram do seu trabalho. Não poderiam imaginar que anos depois, o que era pessoal se tornaria em uma marca focada na restauração, higienização e customização de sneakers, como são chamados os tênis com design mais trabalho, dentro da cultura de colecionadores, e Juliana ganharia o título de Rainha dos Pisantes. 

 

Moradora do Jardim Damasceno, Zona Norte de São Paulo, cresceu em meio a cultura do funk ostentação, onde as marcas de tênis tem grande destaque. Foi nos bazares e brechós da região que ela encontrou peças originalmente caras, por preços bem menores e acessíveis. Fazia a customização e tornava-as únicas.


Em 2015, após encontrar um tênis na rua e começar a questionar as origens, os lugares que passou, os pés que já calçaram, e as histórias que carregava, ela chegou ao nome da sua marca: From Ghetto, To Ghetto (Da favela pra favela, em tradução livre). Sua ideia era exatamente fazer a economia girar dentro do seu bairro, transformando tênis que antes eram vistos com desprezo por estarem usados em peças exclusivas, questionando também a forma que consumimos e descartamos tais itens.


Neta de uma costureira, Juliana aos poucos foi aprendendo as técnicas, entendendo os melhores materiais para trabalhar e explorando sua veia artística. Apoiada por um amigo, Jurandhyr (Seed), divulgou seu trabalho nas redes sociais e conquistou os primeiros clientes: mcs da região que gostaram das customizações e queriam usar em seus clipes. 

 

Se o amigo foi essencial para o projeto se tornar fonte de renda, a jornalista Monise Cardoso contribuiu para que a empresa de customizações ganhasse projeção na mídia, com uma matéria no UOL. Depois disso, Juliana deu entrevista para diversos veículos de comunicação e ganhou notoriedade.

Com mais de 10 mil seguidores no Instagram, ela faz questão de mostrar quem é a cara por detrás das artes. Isso porque o meio sneaker ainda é muito masculino e machista, e parte dos seguidores questionam para quem ela trabalhava. Outro ponto importante da sua rede social são os modelos: artistas independentes da região, ainda pouco conhecidos. “faço o marketing reverso. Vou subir puxando eles juntos”.


Mais do que uma marca, a Rainha pensa em tornar a From Ghetto, To Ghetto em algo ainda maior. Os planos são para que em 2024, ela se torne uma ONG que apoia pessoas não-binárias, mães solos e pessoas que passaram pelo sistema carcerário, a iniciarem e estruturarem o seu próprio negócio. E assim, o trabalho de Juliana vai da periferia para o mundo.

juliana doar

depoimentos

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Jurandir de Oliveira 

jurandyr.jfif
00:00 / 01:27

Monise Cardoso

monise.jfif
00:00 / 02:26
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